quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

SAHAM

Da pequenina semente
Vi nascer uma imensa árvore
Da mais desprezível lagarta
Vi desdobrar a mais linda borboleta
Do mais árido deserto
Vi nascer a mais bela das religiões
Do homem mais simples
Contemplei o mais nobre pensamento
Do singelo olhar daquela mulher
Pude ver o mundo inteiro.

No suave balé das brumas
Vi meu rosto e o de Deus
E ele estava lá!
Assim como na semente,
E na árvore, e na lagarta,
E na borboleta, e no deserto,
 E em todas as religiões,
Ele estava lá!
Serenamente calmo
Como aquela Figueira centenária
Como as palavras do Mahtma
Como o espelhado da lua
No despreocupado lago.

E as brumas se dissiparam
E senti uma enorme ansiedade
Pois, não via mais o meu rosto
E não sentia mais Deus.

E tudo se foi,
As sementes, as árvores,
As lagartas, as borboletas,
Todas as religiões,
Até a nobre lua se foi!
E com elas toda a minha percepção
Pois me esqueci que eu era ele
E ele também era eu.

(David Lugli)

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