terça-feira, 13 de dezembro de 2011

O CANTO DO TIMONEIRO

 

Ó Timoneiro, timoneiro, guia de qualquer embarcação, guia-nos por teus belos mares, guia-nos por tua imensa vida. Homem honesto aos seus anseios guia-nos de encontro a seus sonhos, tão lindos como o azul e esmeralda do oceano.

Timoneiro, timoneiro, tudo é eterno como o caminho dos ventos, tudo vem de longe, navegando voltamos ao nosso lar. Conduza-nos pelos caminhos das águas, assim tudo vai correr bem, em seu devido lugar.

Timoneiro, timoneiro, olhe a lua e guie-te pelas estrelas, segue com a sua jovem tripulação as terras mais alheias. Lá, naquelas terras de outros, o velho homem Nagô espera-te no porto, qual será o destino desse cais? O velho Nagô lhe pede que leve contigo o seu jovem filho, para as aventuras do além-mar.

Timoneiro, timoneiro, “Nessas terras a vida é difícil, o chão é muito seco e os homens são sofridos, o deserto nos acanha e não perdoa os inimigos”. Da áfrica parte o guia, guarda consigo o valor de 13 vidas das quais os caminhos se cruzaram. Vai tripulação navegar sempre pelos belos mares, aventurar-se no sempre eterno oceano.

Timoneiro, timoneiro, leve consigo as instruções das terras por onde navegas, dos mares por onde andas. Partes tão ligeiro, navegas as pressas rumo ao teu velho mundo com a sua tripulação mundial. Ó guia de tantas vidas, leve esses pobres homens ao teu passeio de despedida.

Timoneiro, timoneiro, tudo há de saber, de saltar o saber, por onde tu navegas, por onde sua embarcação passa. Olhe as tormentas do mar, nessa tarde tão escura o sopro dos deuses irá te afagar.

Timoneiro, timoneiro, seu timão não é mais seu parceiro, sua nau não é mais sua casa, eles são apenas brinquedos levitando sobre o mar. Pergunte a tripulação se alguém os ensinou a nadar, pois a madeira do navio já está no fundo do mar!

Timoneiro, timoneiro, capitão de sua tripulação, dirige-os para a além da vida, pois o mar ficou para trás. Tudo agora é mais calmo, tudo agora é claro como o luar. Aqui, onde homens não são homens, as mercadorias não chegam a nenhum lugar.


(David Lugli)

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